Acontecimentos que Precederão a Tribulação
A) Seguindo uma Seqüência
O período da Tribulação, é referido na Bíblia por diversos nomes, dos quais predominam O Dia do Senhor e O Dia da Ira, durante a segunda metade do qual haverá a Grande Tribulação dos Judeus.
Cronologicamente é o último período dos tempos dos gentios, o último sete dos setenta setes (traduzidos como semanas) anunciados por Gabriel a Daniel em sua visão (Daniel 9:27). Vem depois das coisas que são de acordo com a visão de João no Apocalipse, que é o período das sete igrejas (Apocalipse 1:19, 2, 3), a última sendo Laodicéia (povo reinante), identificada como a maioria das igrejas dos tempos atuais; a tribulação é o que deve acontecer depois destas cousas (Apocalipse 4:1).
Encontramos na Bíblia profecias sobre uma série de acontecimentos que deverão acontecer antes do início do período da Tribulação. Alguns deles parecem seguir uma certa seqüência, enquanto outros poderão acontecer a qualquer momento (como a vinda de Cristo para buscar a sua igreja).
Os seguintes eventos parecem vir em seqüência:
1. Guerras de âmbito mundial: Mateus 24:4.
O princípio das dores, o ponto inicial dos acontecimentos é quando nação se erguerá contra nação, e reino contra reino, e haverá fome e terremotos em vários lugares. A primeira e a segunda grande guerra (consideradas por muitos historiadores como um evento em dois estágios), a fome devastadora que temos visto ultimamente em várias partes do mundo, e o grande número de terremotos que agora ocorrem em intervalos curtos, às vezes com grande número de mortos, parecem indicar que já passamos este estágio.
2. A nação de Israel: Ezequiel 20:33-38.
"...tirar-vos-ei dentre os povos, e vos congregarei das terras nas quais andais espalhados..." - depois de mais de dezenove séculos, tendo sido espalhados pelo mundo todo, sem terra nem governo próprio, os descendentes de Israel estão de volta na terra prometida, formando sua própria nação.
Nesta passagem, é usada a saída do povo de Israel do Egito como exemplo de como o SENHOR agirá com eles: tendo sido livrados do cativeiro do Egito, os israelitas foram submetidos a juízo pelo SENHOR, por causa da sua incredulidade, murmurações e rebelião, e foram castigados; semelhantemente eles serão tirados dentre os povos com braço estendido e derramado furor, após o que Ele entrará em juízo com eles, e os rebeldes serão afastados do seu meio para que não entrem na terra de Israel.
O furor de Deus é encontrado no Holocausto nazista, e os judeus serão submetidos a juízo e purificados dos transgressores durante a Grande Tribulação (veja também Ezequiel 22:17-22, Sofonias 2:1-2), e depois disto entrarão na terra de Israel pela segunda vez, agora uma nação regenerada, para gozar as bênçãos do milênio (Isaías 11:11-12). Israel conquistou Jerusalém durante a Guerra dos Seis Dias, e o próximo evento para preparar para o anunciado em Daniel 9:27 será a construção do seu templo.
3. A tentativa de invasão de Israel: Ezequiel 38:1 a 39:16.
Esta passagem anuncia quem, onde, porque, qual, como e quando esta invasão acontecerá. Este evento e os demais ainda estão para vir. A explicação mais geralmente aceita é a seguinte, em termos gerais:
Quem serão os invasores: Gogue é o nome do líder da confederação de invasores; sua terra é chamada Magogue, composta de Rôs, Meseque e Tubal (ver também Gênesis 10:2). Magogue foi identificado pelo historiador judeu Josefo como a terra dos citas, a região a norte e nordeste do mar Negro e a leste do mar de Aral; os citas eram conhecidos como bárbaros que vagavam ao norte do mar Cáspio e do mar Negro (Cáucaso significa forte de Gogue). Rôs é a Rússia; Meseque e Tubal situavam-se na área da moderna Turquia. Os persas são o Irã, Cuxe talvez a Etiópia mas mais provavelmente o Iraque conforme descobrimentos arqueológicos recentes, Pute talvez a Líbia, mas pelo mesmo motivo mais provavelmente a Arábia Saudita. Gômer é declarada ser a Alemanha no Talmude. Togarma é a terra que conhecemos como Armênia, chegando possivelmente até à Turquia.
Onde será a invasão: nas montanhas de Israel.
Seu motivo: a fim de roubar e tomar despojo; Israel estará na posse de tesouros, sobre os quais apenas podemos especular a esta altura, talvez riquezas minerais no mar Morto. Um outro grupo de nações aparece no versículo 13 protestando contra a invasão. Pelos seus nomes e sua descrição elas poderiam até incluir o hemisfério ocidental. Mas o SENHOR nos dá a verdadeira razão no versículo 16: é para que Ele seja santificado aos olhos das nações, à luz do que Ele fará acontecer.
Seu resultado: segundo as antigas profecias, esta é a punição que sofrerão os países que perseguirem os judeus (versículos 17 e 18), de forma que muitas nações venham a saber que o Deus de Israel é o SENHOR.
Como vai terminar: uma revolta e forças naturais como terremoto (versículos 19 a 22), peste, morte, enchentes, granizo, fogo e enxofre destruirão completamente os exércitos invasores.
Quando vai acontecer: existem muitas opiniões diferentes a respeito disso entre os estudiosos, mas levando em conta as circunstâncias em que se dará a invasão, e suas conseqüências, parece-nos provável que deve ser antes da tribulação: a descrição de Israel confere com este período, tendo o seu território sido conquistado pela espada (versículo 8), seus habitantes vivem em segurança sob a proteção dos E.U.A. tendo imigrado de 80 a 90 nações (versículos 8-12), e os lugares desertos estão agora habitados e os israelitas estão reconstruindo lugares antigos e vivendo neles (versículo 12); este ponto de vista dá a melhor solução ao problema dos sete meses e sete anos para limpar os destroços resultantes da destruição dos exércitos (39:9-12).
4. A paz entre as nações: 1 Tessalonicenses 5:1-3.
É usada a expressão "dia do Senhor", esclarecendo que este período de paz e segurança virá imediatamente antes do mundo ser atingido com força devastadora pela grande tribulação.
5. O governo mundial é distribuído entre dez reinos: Daniel 7:24.
O sistema romano de governo e religião, dividido em duas pernas - a civilização "cristã" oriental e ocidental - eventualmente se comporá de dez "reinos", ou unidades de governo, antes da tribulação.
6. A revelação do homem da iniqüidade: 2 Tessalonicenses 2:1-4.
Em seguida à composição dos dez reinos, este personagem, mais conhecido como o "anticristo", começará sua escalada ao poder supremo (Daniel 7:24), e sua identidade será revelada antes da tribulação. Ele é chamado por vários outros nomes nas Escrituras.
7. A aliança de um sete: Daniel 9:27.
A tribulação começará quando o "príncipe que há de vir" (outro nome para o "anticristo"), já tendo adquirido poder suficiente para isto, fizer uma aliança com o Estado de Israel ("muitos", pois nem todos os judeus ainda estarão lá). O sete, ou semana como é traduzido, representa sete unidades de tempo. Levando em conta o exato cumprimento dos sessenta e nove setes anteriores, a unidade de tempo é um ano. A aliança, portanto, é por sete anos - a duração da tribulação.
B) De Seqüência Indeterminada
Vimos os sete acontecimentos que, segundo a profecia bíblica, precedem, em seqüência, a tribulação. Existem outros que também precederão a tribulação, ainda futuros para nós, mas que não podemos encaixar em uma seqüência. Destacamos os seguintes:
1. Trevas
Haverá ainda trevas sobre a terra em cinco ocasiões, uma das quais, de acordo com Joel 2:31, será antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR, outra descrição dos sete anos de tribulação. Será semelhante ao que ocorreu no Egito (Êxodo 10:21-23) e a crucificação (Mateus 27:45).
2. A volta de Elias
Em Malaquias 4:5-6 lemos que o Senhor enviará o profeta Elias antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR. Sua missão seráde restaurar a unidade da família de Israel, que está em vias de se desintegrar. A este respeito existe alguma confusão por causa do que se lê em Mateus 17:9-13, e Marcos 9:9-13: os discípulos àquela altura não compreendiam que o Messias deveria vir primeiro como o servo sofredor e salvador, para ser rejeitado pelos homens (como havia sido profetizado, por exemplo, em Isaías 53), e uma segunda vez para julgamento e para estabelecer o seu reino na terra (por exemplo, Isaías 62); o Senhor Jesus portanto esclareceu que Elias ainda vem para restaurar todas as coisas, no entanto João Batista veio no espírito de Elias (Lucas 1:13-17); em Mateus 11:14 Ele diz que se Israel o quisesse reconhecer, isto é, o reino, então João Batista teria cumprido a função de Elias; a nação recusou, portanto Elias ainda está para vir para executar o seu trabalho de restauração. João Batista era o precursor nas profecias (Malaquias 3:1, Isaias 40:3-5, Mateus 3:1-6, 11:7-10, João 1:19-23).
3. O arrebatamento da igreja de Cristo
Este acontecimento não se confunde com a segunda volta de Cristo ao mundo com o fim de julgá-lo e estabelecer o Seu reino. O arrebatamento é a esperança da igreja, quando o Senhor, a brilhante Estrela da Manhã (Apocalipse 22:16), descerá para encontrá-la nos ares, para que estejamos para sempre com Ele (1 Tessalonicenses 4:17), enquanto a segunda volta éa esperança de Israel, quando Ele aparecerá como o Sol da justiça, com salvação nas suas asas (Malaquias 4:2). É necessário o estudo de três passagens das escrituras para compreender o arrebatamento:
João 14:1-3: esta é a promessa feita pelo Senhor de que Ele virá para receber-nos para si mesmo, para que possamos estar com Ele, depois que tiver preparado um lugar para nós.
1 Tessalonicenses 4:13-18: aqui temos o programa do arrebatamento:
* A palavra de ordem (para que se dê início ao programa)
* A voz de arcanjo (transmitindo a ordem aos envolvidos)
* A trombeta de Deus ressoa (sinal para que aconteça o arrebatamento)
* A descida do Senhor do céu para os ares, sobre a terra
* Os mortos em Cristo ressuscitarão
* Os vivos também pertencentes à igreja serão transformados
* Os ressuscitados e os transformados, juntos, se reunirão para o encontro com Cristo nos ares, para estar para sempre com o Senhor.
1 Coríntios 15:50-58: contém uma descrição da mudança da natureza dos nossos corpos. O corpo físico, de ossos, carne e sangue, corruptível e mortal, instantaneamente será transformado em um corpo incorruptível, imortal, enfim, como o do Senhor ressurrecto (Filipenses 3:21, 1 João 3:2).
Tudo o que se sabe a respeito de quando ocorrerá, é que vai ser antes da tribulação (1 Tessalonicenses 1:9-10, 5:9, Apocalipse 3:10) e que está iminente, como sempre esteve (João 21:20-23, Romanos 13:11-12, Tiago 5:7-9, Apocalipse 22:20).
A verdadeira esperança do crente não está na terra, mas no céu. Esperamos o cumprimento dos desígnios de Deus na terra, mas nossa prioridade não é a nossa liberação na terra, para usufruir bênçãos terrenas, como a nação de Israel, mas sim liberação da terra, para gozarmos das inefáveis bênçãos na presença de nosso Salvador no céu. O crente não espera a conversão do mundo para Cristo, nem a sua reforma. Sua esperança imediata não é o reino de Cristo, mas a vinda de Cristo para buscá-lo.
Pastor Francisco Antonio
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