Pastor Francisco |
O
tipo de fé
Não basta evitarmos a prática das obras da carne, é
preciso nos separarmos daqueles que as praticam
Como Autor e Consumador da fé, o Senhor Jesus é
glorificado quando ela é executada. Esse tipo de fé é diferente daquela crença
usada na Salvação. Vejamos:
Alguém prega: "Por isso, quem crê no
Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não
verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus". João 3.36
Então, aqueles que, ouvindo a pregação, creem no
Senhor Jesus recebem a vida eterna na hora. Isto, porém, é apenas o primeiro
passo. É preciso dar o segundo para tomar posse da vida eterna! Não basta tão
somente crer: é preciso avançar e desenvolver essa crença!
É preciso combater o bom combate da fé a cada
instante. Sabemos que a cada momento as dúvidas diabólicas avançam contra a
nossa mente; e não só isso, mas também os medos, as preocupações e as
ansiedades.
Tudo aquilo que vem contra a fé precisa ser
imediatamente combatido com a própria fé. E nesse exercício contínuo de
resistência ao mal, pela fé no Senhor Jesus Cristo, é que vêm a nossa vitória diária
e a glória do nosso Senhor. Por essa razão, o autor da epístola aos judeus
cristãos diz:
"Portanto, também nós, visto que temos a
rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e
do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira
que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé,
Jesus..." Hebreus 12.1-2
Este "peso" são as dúvidas, os medos,
as preocupações e as ansiedades. Mas, voltando à carta à igreja em Pérgamo, o
Senhor Jesus diz "...e não negaste a minha fé..." Apocalipse
2.13
Esta fé do Senhor Jesus é a fé que cada um de nós
precisa ter para poder suportar todas as provações e se manter firme! Foi com
este tipo de fé que o apóstolo Paulo disse:
"Porque eu, mediante a própria lei,
morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; logo,
já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho
na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou
por mim." Gálatas 2.19-20
O apóstolo estava crucificado com o Senhor porque
vivia na fé do Senhor Jesus. E os cristãos em Pérgamo entenderam isto e não
negaram esta fé. Viver a fé do Senhor Jesus é viver de acordo com Ele a cada
momento; é viver n'Ele, exalando a Sua fragrância.
O Senhor Jesus disse: "...Quem me vê a
mim vê o Pai..." (João 14.9). É justamente isto que tem de acontecer
com quem vive na fé do Senhor Jesus. O cristão precisa viver de tal forma que
as demais pessoas possam ver o Senhor por meio dele.
Apesar de o Senhor Jesus ter reconhecido a
fervorosa fé da igreja em Pérgamo, isto não serviu de forma alguma para evitar
a série de repreensões aos pecados ali existentes.
Aliás, é isto que tem acontecido com muitos
cristãos: têm, por um lado, manifestado uma fé apurada, mas, por outro, têm
apresentado gravíssimas falhas, inclusive pecados que não podem ser aturados.
As muitas provações pelas quais os cristãos em
Pérgamo passaram, por causa da fé no Senhor Jesus, foram resistidas devido à
armadura de Deus, que eles colocaram em prática.
Afinal, o próprio Senhor Jesus é que tem a espada
que transpassa todas as couraças do inimigo. E aquele que O tem no coração se
torna invencível! Na fé do Senhor Jesus somos mais que vencedores e
sobrepujamos o trono de Satanás!
Mas a vitória exterior da igreja em Pérgamo não
refletia o mesmo no seu interior, pois o Senhor a censura, dizendo: "Tenho,
todavia, contra ti algumas coisas..." Apocalipse 2.14
Quer dizer que enquanto alguns cristãos, em
Pérgamo, resistiram de maneira gloriosa ao inimigo exterior, cederam diante do
inimigo interior! Justamente aí está a mistura fatal: vitória e derrota!
É a velha história das raposas e das raposinhas.
Um homem plantou uma vinha e a cercou com arame farpado, para impedir a entrada
das raposas, mas eram as raposinhas, as que conseguiam passar pelos buracos,
que mais causavam dano ao vinhedo.
Muitos cristãos se preocupam em não roubar; não
matar; não adulterar; não cobiçar as coisas alheias; enfim, estão sempre
vigilantes quanto às grandes raposas.
As raposinhas, entretanto, passam quase
despercebidas: as mentiras e os enganos supostamente insignificantes; as
chamadas meias-verdades, que são também meias-mentiras; os desejos no coração,
escusos e escuros; os pequenos sentimentos de inveja e de mágoa; os olhos
altivos e gananciosos; o orgulho; a prepotência e a vaidade.
Enfim, tudo aquilo que não se pode notar com os
olhos físicos, mas que destrói a comunhão íntima com o Espírito Santo. Mas,
afinal, o que o Senhor Jesus tinha contra aqueles cristãos de Pérgamo?
"Tenho, todavia, contra ti algumas
coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava
a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas
sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição. Outrossim, também tu tens
os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas." Apocalipse
2.14-15
Está claro que nem todos os cristãos de Pérgamo
sustentavam a doutrina de Balaão e a dos nicolaítas; mas os que não o faziam
pelo menos se tornavam coniventes, só pelo fato de aturarem no seu meio os que
assim procediam.
Ora, o Senhor nos ensina aqui que não basta que
evitemos a prática das obras da carne, mas que também nos separemos daqueles
que as praticam. É como disse o apóstolo Pedro: "...segundo é santo
aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso
procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo."
1 Pedro 1.15-16
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